Nasceu em Belver, Alto Alentejo e vive em Oeiras desde 1972. Antigo marinheiro, foi também bombeiro e Comandante dos Voluntários de Paço de Arcos. Depois de que o coração lhe pregou um susto, despertou para a paixão por uma arte sem nome e descobriu na pedra todas as palavras com que se escreve o mundo e a vida.
Como quem escreve um poema, Artur Gueifão inventou na pedra todas as palavras com que vai escrevendo as emoções e o mundo da sua contemplação. Alentejano/Beirão de nascença e antigo marinheiro, viaja entre o silêncio sábio da montanha e as margens do grande mar, à descoberta da vida, no chão de todas as silabas com que se entrega à paixão de uma arte sem nome com que, no quintal ou sótão-atelier da sua casa, faz crescer sinais, memórias e bocados do mundo. Das formas figurativas que saem das mãos de Artur Gueifão, escorre também a emoção e o cheiro de uma ruralidade que mora no princípio do seu percurso e lhe molha a alma com as lágrimas que rimam com a grande paisagem semeada de afectos. "Gosto das pedras", diz Gueifão. E também "das suas formas geométricas, das suas cores e de lhes dar vida" Descobriu esta vocação de poeta da pedra quando um dia o Coração o surprendeu com um aviso grave, hoje não dispensa as pedras com que respira a sua arte e escreve a sua maneira diferente de olhar para o mundo e para a vida, desde a casa que marca a paisagem alentejana ao castelo de todos os registos da História, do lagar de azeite, do forno de cozer pão, do património da aldeia ao farol de todos os mares e à eira da sua memória de Belver, onde nasceu.
Carlos A. Saraiva
Jornalista e Director do Jornal